Da menina de nove anos que começou cantando em programa de calouros à mulher madura e segura que carrega mais de 20 anos de carreira. Kátia Cilene conserva o carisma e o amor ao forró. Após 17 anos à frente da banda Mastruz com Leite, montou sua própria banda de forró há quatro anos. Surgia, assim, o Forró do Bom. Além de cantora e empresária, Kátia é mãe e também enfrenta o desafio de apresentar o programa televisivo Forró na Jangadeiro.
![]() |
Para Kátia Cilene, ir ao shopping é um grande prazer | Foto: Paulo R. Abreu |
Mesmo com um sorriso aberto, garante que é tímida. "As
pessoas, às vezes, confundem minha timidez com antipatia". Apesar disso,
Kátia conta que sempre foi uma menina animada e sempre amou cantar.
"Não me preocupava mais com meus estudos, queria era subir no birô para
cantar para o povo". Da mesa do colégio, Kátia foi parar num concurso que
elegia "a melhor cantora de forró de 1990", no programa Terral, apresentado
por Wil Nogueira na TV Educativa, hoje chamada TV Ceará. Aos 15 anos, a cantora venceu as três mil candidatas e ganhou
o concurso.
Ao conseguir o primeiro lugar na disputa, Kátia foi agraciada com um
contrato de um ano com a banda Matruz Com Leite. Ano esse que se transformou em
17. Sobre o tempo que passou na "Matruz", ela conta aprendeu e foi muito feliz realizando o sonho de uma ser cantora reconhecida no meio forrozeiro, apesar de ter se afastado da família e, às vezes, até "chorar de cansaço".
Para ficar mais tempo com o filho, André Luís, e ter mais liberdade
criativa, a cantora decidiu, então, que queria começar tudo de novo. Há 4 anos,
montou a banda Forró do Bom. "Estava me sentindo limitada, queria
mudar". Como empresária, a diva pode adequar seus horários aos do menino,
que tem hoje 13 anos. Além disso, seu sócio na Forró do Bom é o pai do garoto e
ex-marido de Kátia, o empresário André Camurça.
Aos 38 anos, a cantora está agora à frente do programa Forró na Jangadeiro e diz que é um desafio
ser apresentadora. "Sempre gostei de TV e Rádio, mas pensei que fosse ter
uma oportunidade primeiro como locutora". O desafio, entretanto, sempre
foi encarado por ela como uma boa oportunidade, tanto que, agora, a forrozeira
pensa em investir mais nos estudos e até cursar Comunicação Social. Afinal,
como ela bem observa, a principal ferramenta para ser uma boa comunicadora, já
tem: a voz. "Gosto da minha voz, é uma voz educada e que sabe os
limites".
Sucesso e peculiaridades
Sucesso e peculiaridades
Quando questionada se acredita ser uma "diva do forró", Kátia responde que esse título lhe cabe se referindo ao seu pioneirismo no mercado forrozeiro. "Fui a primeira que estourou a nível nacional. Tenho mais de 20 anos de carreira e nunca saí do mercado". A cantora confessa amar seu público e garante ter uma ótima relação com eles, característica comprovada a cada pausa na entrevista para retribuir aos sorrissos que recebia. Kátia Cilene diz ter fãs da geração dela e fãs pré-adolescentes, da idade do seu filho.
Ela adora dançar e não perde um dia de academia. Cuida-se e se arruma muito, pois o público quer vê-la "bem vestida e bem tratada". A cantora conta que, muitas vezes, se sente "vitrine" para as pessoas e que isso lhe motiva. "Acabo sendo referência, isso me incentiva a me cuidar mais". Mas como nem só de beleza vive a mulher. Kátia, que também tem a religiosidade como marca de sua vida, é espírita e diz ter Deus como principal guia.
No shopping, no estúdio ou em intervalos de gravações, o entusiasmo com que a cantora trata os fãs e a imprensa demonstra o carisma que possui. Dona de uma grande voz e uma simpatia contagiante, ela é hoje o reflexo do que sonhava ser desde criança. Nascida no berço do forró, Kátia Cilene foi abraçada por sua terra e se fez diva nela.
Por Paulo Renato Abreu e Eduarda Talicy
Leia Mais: