• Experiência no tatame



    A aluna Socorro Sales, 46 anos, prova que o Muay Thai pode ser praticado, sim, por quem é um pouco mais velho que a faixa etária habitual



    Socorro (dir.) com a sua Filha Júlia após o treino de muay thai
    (FOTO: Saulo Lucas)
    Diferente das outras alunas da aula de muay thai, ela chega discretamente, sem as luvas cor de rosa. Mas, apesar da simplicidade, ela mostra a que veio. Maria do Socorro Sales, 46 anos, tem tanta disposição para o esporte quanto qualquer praticante de luta. Em sua quarta aula, ela descreve como sua rotina se encaixou para poder frequentar a academia. Estresse, correria, atividades que requerem uma grande quantidade de energia física e mental, tudo isso vai embora quando ela desfere os golpes trabalhando os músculos dos braços e das pernas. A tensão evapora depois de uma aula.

    A principal responsável por apresentá-la ao esporte foi a filha Júlia Sales, 15anos. Socorro acompanhava os treinos da jovem e depois passou para o lado de dentro do tatame. Ela diz que a filha foi fundamental desde a matrícula na academia e faz companhia na hora dos treinos. É ela também que se solidariza quando a mãe comete algum erro nos golpes, e as duas acabam levando na brincadeira.

    Seguindo a profissão de advogada, Socorro conta que a vida é bastante estressante, com toda a pressa diária de cuidar da casa e os afazeres do trabalho, mas sempre sobra um tempo para praticar Muay thai na academia perto de onde reside.

    O exercício de pular corda é um poderoso aquecimento 
    antes dos golpes (FOTO: Saulo Lucas)
    A idade, na hora do treino, acaba ficando para trás. Socorro não perdoa nos golpes. Ela faz exatamente todos os movimentos e esquiva recomendados pelo instrutor. O impacto dos golpes impressiona até quem só está assistindo à aula e fica meio que hipinotizado ao ver a experiência da aluna tão aplicada. Alongamento, corrida, pular corda, tudo isso é executado antes de começar o que se chama de “circuito”, onde os alunos revezam quem segura os pesados protetores forrados com areia, e quem calça as luvas e desfere barulhentos golpes socando os sacos de areia. Na fila do circuito, Socorro fica na frente, ajuda as outras alunas e ainda se diverte quando erra o alvo no saco de areia.

    Quando alguém pergunta a razão da escolha, ela pensa um pouco e reflete. “Não tenho absolutamente nenhuma paciência para academia, acho extremamente chato todos aqueles aparelhos e movimentos repetitivos, gosto de desafios, então pensei, porque não praticar uma luta?” Ela começa a sentir os primeiros benefícios do esporte, como ter disposição para subir escadas mais rapidamente, para caminhar, e até houve melhorias no modo de respirar e durante o sono.

    Durante o circuito, cada aluno reveza com um parceiro 
    para treinar os golpes (FOTO: Saulo Lucas)
    Ela ainda recomenda a própria atitude para aqueles que são sedentários e ainda tem receio de se aventurar pelo mundo da luta. “Não é um esporte masculino, as mulheres podem praticar sim, sem medo, e ainda vão ficar com um corpo ótimo sem quase se dar conta. Uma aula dessas, quando a gente chega em casa, relaxa o corpo e esquece todos os problemas”.

    Sobre os benefícios do esporte, ela é categórica, afirma que são importantes sim, e que melhoram muito a qualidade de vida. “Se é pra tomar um remédio quando a gente não se sente bem ou se sente indisposta, prefiro o esporte”, diz. 


    Socorro recebe instruções dos golpes com o lutador profissional 
    André Tererê (FOTO: Saulo Lucas)


    Apesar dos treinos puxados, os alunos tem momentos 
    de descontração (FOTO: Saulo Lucas)

    O instrutor orienta Socorro sobre como utilizar a potência do soco
    (FOTO: Saulo Lucas)




    Socorro pratica os primeiros golpes de soco, chute e as esquivas durante o período do treino conhecido como circuito. Confira no vídeo:



    (Captação e Edição de Vídeo: Saulo Lucas)




    Por Catherine Santos

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