Marcas importadas já possuem concorrentes à altura. As réplicas chegaram aos consumidores como uma alternativa para obter produtos semi-luxuosos
O mercado das réplicas é algo que já se tornou comum na sociedade consumista dos tempos atuais. Algumas pessoas não sabem muito bem
Não se tratam de falsificações grosseiras, mas de cópias bem acabadas. A boa qualidade no quesito acabamento e materiais usados em sua fabricação é que fazem a diferença. O preço padrão é entre 150 a 200 reais, não tão acessível, se comparado aos preços dos "coreanos" que, em média, vendem seus produtos, também cópias, porém de baixa qualidade, pela bagatela de 80 reais.
A produtora cultural Luciana
Santos, 28 anos, prefere as réplicas justamente pelo motivo
de as falsificações "baratas" não preencherem o seu grau de
exigência no quesito qualidade e apresentação do produto.
Sempre que vai em busca de um produto novo, seja ele réplica ou não, tem o cuidado de verificar tudo: bolsos, forro, rebites, zíperes, costuras,etc. Para ela, a qualidade está em primeiro lugar. Falsificações descosturam fácil, são feitas de materiais com pouca resistência. Por não conseguir, no momento, ter a sua original Louis Vitton, ela opta por aderir às réplicas que permitem usar algo fashion sem ter que desembolsar muito e ainda possuem uma qualidade respeitável. Os embargos para a compra dos originais se dão pelas taxas altas de importação, as quais vêm juntamente com a bolsa e o valor agregado devido ao "status" que essas peças proporcionam, acabando por tornar o preço final do produto proibitivo.
A marca preferida de Luciana é
como o "produto dos sonhos", pois, segundo ela, só será possível ter algo
assim em um futuro incerto, quando for viajar para algum país do exterior.
As grifes importadas originais que, porventura são comercializadas em Fortaleza, são difíceis de achar, e quando se tem a felicidade de encontrar depois de uma grande busca, geralmente estão disponíveis a preços exorbitantes. Luciana assume que já comprou produtos falsificados, mas já faz a compra ciente de que não vão ter vida útil superior a três meses. Costuma usá-los no dia-a-dia, como para ir à faculdade e ao Centro, lugares onde o requinte da qualidade não é algo muito importante.
Réplica de bolsa da grife Victor Hugo
Quando pergunto se ela se
incomoda que alguém saiba que sua bolsa,, por exemplo, não é
original, Luciana declara: "Na verdade não, porque, para mim, o que
interessa é eu gostar e pronto. Se as outras pessoas vão saber que é réplica ou
vão achar original, o problema é delas. Quem paga sou eu, então, ninguém tem nada
a ver com isso, entende? Eu não compro réplica pra exibir como original, compro
porque não acho original aqui e, quando acho, é aquele valor absurdo."
Dessa maneira, as réplicas permeiam o
ambiente "fashion" como um modo alternativo de luxo. Um luxo ao
alcance das mãos, que consegue desempenhar o seu papel de satisfazer
temporariamente, os amantes das marcas que buscam ainda meios de
obter a sua tão desejada "original".
Yrna Castro